DESENVOLVIMENTO SENSORIAL

Desenvolvimento sensorial das crianças


As crianças aprendem sobre o mundo ao seu redor no início principalmente através de seus sentidos. Estes são:
- visão
- audição
- olfato
- paladar
- tato


A criança desenvolve os seus sentidos mesmo antes do nascimento. Os bebés recebem estímulos sensoriais do mundo ao seu redor, mesmo quando dentro do útero da mãe. O desenvolvimento sensorial da criança é um processo contínuo, pois o cérebro aprende a receber os impulsos dos sentidos, a fim de interagir com o ambiente em seu redor. O desenvolvimento sensorial da criança é parte integrante de ensinar a criança a aprender ao longo da vida. O paladar parece ser o sentido mais apurado à nascença, pois os bebés têm-se mostrado capazes de distinguir o sabor doce do amargo. Alguns bebés respondem aos sons quase imediatamente a seguir ao nascimento, enquanto outros apenas após alguns dias. Em relação ao olfato foram feitos estudos que provam que os bebés sentem o cheiro do leite quase desde o nascimento. A visão desenvolve-se mais lentamente. O recém-nascido consegue focar a uma distância de 25cm sendo possível ver a cara da mãe ao amamentar, dois dias após o nascimento já se observa reflexo pupilar mas o bebé só consegue seguir objetos em movimento mais ou menos após o décimo dia e aos seis meses o bebé já distinguir cores, círculos de retângulos, e a cara dos pais da cara de estranhos, sendo também capaz de ter a perceção de profundidade evitando situações em que possa cair.

Visão
As capacidades de visão de um recém-nascido são muito diferentes das de um adulto, nomeadamente a nível de atividade visual, que é muito menor no caso do primeiro do que no segundo. A atividade visual refere-se à capacidade de cada indivíduo em captar os pormenores visuais. Apesar da acuidade infantil melhorar rapidamente, a sua limitada acuidade nos primeiros meses de vida significa que a perspetiva que a criança tem do mundo é mais indistinta e manchada do que a de um adulto.
A visão de um recém-nascido é também limitada de outras formas. Os olhos do recém-nascido são mais pequenos que os do adulto, as estruturas da retina estão incompletas e o nervo ótico está subdesenvolvido. Os recém-nascidos piscam perante luzes brilhantes. A sua visão periférica é muito limitada, duplicando entre as 2 e as 10 semanas de vida. Nos primeiros meses de vida verifica-se um rápido desenvolvimento da capacidade do bebé em seguir um alvo em movimento assim como da perceção à cor. Os bebés com menos de 2 meses não conseguem seguir com os olhos um objeto que se desloque muito vigorosamente, revelando antes uma tendência para seguir um objeto em movimento com uma série de movimentos do globo ocular repentinos. Para aprender a totalidade de um objeto é normalmente necessário examiná-lo cuidadosamente em toda a sua extensão, no entanto a criança poderá ter menos capacidades efetivas de proceder a uma análise em pormenor. Os bebés com 1 mês têm tendência para se concentrarem numa única característica ou num número limitado de características da forma.
Por volta dos 2 meses de idade, o bebé é capaz de distinguir o vermelho do verde; aos 3 meses de idade distingue o azul. Com 4 meses de idade o bebé é capaz de discriminar entre vermelho, verde, azul e amarelo; assim como a maioria dos adultos, prefere o vermelho e o azul.
Os olhos do recém-nascido focam melhor a uma distância de aproximadamente 30 cm, a distância típica entre o rosto do bebé e o da pessoa que lhe está a pegar ao colo. A acuidade visual aumenta durante o primeiro ano de vida, atingido o nível de visão 20/20 por volta dos 6 meses de idade. A visão binocular - a utilização de ambos os olhos para focar, permitindo a perceção de profundidade e distância - geralmente não está desenvolvida entre antes dos 4 e 5 meses de idade.

Audição
A audição está funcional mesmo antes do nascimento, o feto responde a sons (de baixa ou alta frequência) e parece aprender a reconhecê-los: sons da fala, ruídos do meio externo, do organismo, da natureza, ... Bebés com 3 dias de vida são capazes de distinguir novos sons da fala daqueles que já tinham ouvido anteriormente. Com 1 mês de vida, o bebé é capaz de discriminar sons tão semelhantes como "ba" e "pa". Os bebés com menos de 3 dias de vida, quando lhes é contada uma história que já ouviram no útero ou histórias que nunca ouviram antes, respondem de forma distinta, chupando mais o mamilo que ativa uma gravação auditiva da história que ouviram no útero. O bebé também é capaz de distinguir a voz da sua mãe da voz de uma pessoa desconhecida e prefere a sua língua materna a uma língua estrangeira (ao nível do timbre, frequência; particularmente os sons mais agudos). O reconhecimento precoce das vozes e da linguagem ouvida no útero poderá ser visto como um mecanismo conducente à formação da relação entre os pais e a criança. A sensibilidade a distinções auditivas poderá ser um indicador precoce de capacidades cognitivas.
Embora para os adultos a visão seja o sentido mais importante, para uma criança poderá ser diferente. Comparativamente aos adultos, a acuidade auditiva de um recém-nascido é bastante mais apurada do que a sua acuidade visual. Ao ouvir determinado som, por exemplo, o recém-nascido volta a cabeça na sua direção, o que indica a capacidade de localizar estímulos auditivos (fonte sonora) pouco depois do seu nascimento.

Olfato
Mesmo bebés recém-nascidos após uma gestação de sete meses conseguem detetar odores, sempre que os estímulos sejam suficientemente fortes; a intensidade requerida diminui no decorrer dos primeiros dias e semanas de vida, o que significa que o sistema olfativo se aperfeiçoa rapidamente. O recém-nascido é capaz de localizar a proveniência dos odores. O recém-nascido é capaz de distinguir os odores; mostra através da expressão, que aprecia o odor de baunilha ou de morango e que não aprecia o odor de ovos podres ou de peixe. A preferência por odores agradáveis parece ser aprendida no útero e nos primeiros dias após o nascimento, contribuindo para esta aprendizagem a variedade de odores transmitidos através do leite materno.
Bebés com seis dias de vida, que estejam a ser amamentados, demonstram preferências por compressas com o odor do seio da sua mãe, em comparação com o de outra mulher que esteja a amamentar, embora tal facto não se verifique em bebés com apenas 2 dias de vida, sugerindo, assim, que os bebés precisam da experiência de alguns dias para aprenderem a conhecer o odor das suas mães. Os bebés que são alimentados a biberão não são capazes de efetuar esta distinção. Numa perspetiva evolucionista, o reconhecimento e a preferência pelo odor do seio da própria mãe poderá ter sido um mecanismo de sobrevivência. As mães e outros membros da família também são capazes de identificar o odor do seu bebé, o que sugere que o sentido do olfato pode contribuir para o reconhecimento do parentesco.

Paladar
A sensibilidade ao sabor também parece estar presente ao nascimento, pois tantos os bebés prematuros quanto os nascidos a termo reagem positivamente a estímulos doces e negativamente a salgados e amargos. Quanto mais doce for o líquido, mais forte é a sucção e mais líquido o bebé ingere. Uma tendência inata para a "gulodice" ajuda o bebé a adaptar-se à vida extra-uterina. O leite materno é bastante doce, tal como os alimentos nutritivos como os legumes e os frutos que desde cedo passam a fazer parte da dieta alimentar do bebé. As respostas de rejeição do bebé face a sabores amargos, são provavelmente um mecanismo de sobrevivência na medida em que muitas das substâncias amargas são tóxicas.

Tato
No que se refere aos sentidos cutâneos responsáveis pela sensibilidade ao tato, à pressão, à dor e à temperatura, o padrão parece semelhante ao já visto em outras ocasiões: estes sentidos são funcionais desde o momento do nascimento, embora a sensibilidade cutânea aumente durante os primeiros dias e semanas após o nascimento. Os recém-nascidos são também sensíveis ao ritmo (ao embalar, a palmadinhas no rabo).

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